quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

GREVE - 11º dia de paralisação

Imagem reprodução portal 247
Após vitória na Assembleia Legislativa, que fez o governo tucano de Beto Richa recuar na votação do seu 'pacotaço' fiscal, que previa a retirada de R$ 8 bi da poupança previdenciária para cobrir o pagamento da folha estadual, cerca de 100 mil professores das escolas da rede pública estadual voltam às ruas de Curitiba nesta quinta-feira; uma comissão de negociação do sindicato se reúne com o governo para debater a pauta da greve, que já dura 11 dias.

A greve da educação continua e está cada vez mais forte. Nesta quinta-feira (19), 11º dia de paralisação das escolas da rede pública estadual, a categoria volta às ruas. Pelo interior do Paraná serão realizados atos em frente aos Núcleos Regionais de Educação (NREs). Em Curitiba, a concentração para o ato em frente ao Palácio Iguaçu inicia às 10h e prossegue no período da tarde. Às 14h30, uma comissão de negociação do sindicato se reúne com o governo. O objetivo é debater a pauta da greve.
Na última quarta (18), em entrevista a uma rádio, o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, adiantou os próximos movimentos do governo. Segundo ele, os projetos retirados após a grande manifestação do último dia 12 serão reapresentados no início da próxima semana. De acordo com ele, os textos estarão reformulados e seguirão o trâmite normal, passando pelas comissões temáticas da Casa Legislativa. Ele também informou que as propostas serão divididas para que “tramitem de forma mais organizada” na Assembleia Legislativa do Paraná.
Sobre a reunião de amanhã com a direção da APP, o secretário apenas repetiu as propostas apresentadas aos educadores, não oficialmente, nas tentativas de negociações feitas pelo sindicato. E isto antes da greve. Entre elas, o pagamento, na próxima semana, das indenizações devidas aos 29 mil temporários (PSS) demitidos no final do ano passado. O montante seria de cerca de R$ 84 milhões. Mas com relação ao pagamento do terço de férias devido ao funcionalismo, o Estado mantém a proposta de parcelar o mesmo em três vezes: fevereiro, março e abril.
Para a direção da APP, com esta entrevista, o governo já coloca um entrave na negociação ao se adiantar ao diálogo que deveria ser feito amanhã, com a representação dos educadores. Além disso, o secretário falou que o governo tem mantido o diálogo com a categoria. Mas não houve, até o momento, qualquer reunião de negociação entre a direção da APP-Sindicato e o governo, apesar das tentativas de debate desde o início deste ano. E ressaltamos: as poucas propostas que partiram do governo foram encaminhadas ao sindicato de forma não oficial.
A greve continua – A direção do sindicato tem reforçado repetidamente que a greve não encerra nesta quinta-feira (19). Pelo contrário. A categoria permanecerá paralisada até o governo se comprometer com a resolução dos itens da pauta da greve. Além disso, tanto a entrada como a saída do movimento só pode se dar através de decisão conjunta da categoria, em assembleia. Uma reunião do Comando de Greve Estadual ocorrerá na sede estadual da APP neste sábado, dia 21. Este comando, composto por representações de todos os núcleos sindicais é que definirá se convoca ou não uma assembleia, mas até lá a greve continua.
Pressão – A ofensiva para enfraquecer o movimento tem sido violenta. As chefias dos Núcleos Regionais de Educação (NREs) – como sempre – têm feito pressão sobre diretores e diretoras, para que estes tentem desmobilizar professores e funcionários. Além disso, já ganha corpo a tentativa do governo de colocar a população contra o movimento. Para o presidente da APP, professor Hermes Leão, mais do que nunca a categoria deve estreitar seus contatos com a comunidade escolar. “Sempre fizemos o diálogo de não prejuízo educacional de nenhum estudante e isto é um princípio para nós. Então, também é essencial que nossa categoria faça o diálogo com os estudantes e comunidade escolar para esclarecer as nossas razões”, explica.

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