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Clair quer ser beijada, mas não agora e não pelo seu marido. Christopher
muda de emprego e, para comemorar, pretende colocar a família num carro e pegar
a rodovia na contramão. Jenny sofre com o desconforto de seus sapatos e não
sabe por que os está calçando. Sob a superfície dos pequenos dramas de uma
tradutora, um marido, uma filha e uma vizinha, Martin Crimp cria um enigmático
jogo em que os piores pesadelos da vida doméstica são sutilmente sugeridos, mas
jamais chegam a ser completamente revelados.
O espetáculo ‘A Cidade’,
da Inominável Companhia de Teatro, de Curitiba, desembarca em Ponta Grossa para
duas únicas apresentações, que integram a programação da 28ª Semana da Cultura
Bruno e Maria Enei, organizada pela Fundação Municipal de Cultura. A peça
estará em cartaz no auditório B do Cine-Teatro Ópera neste sábado, 10, e
domingo, 11, às 20h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 e podem ser adquiridos
na Loja Boneca de Luxo, ao lado do teatro. Em turnê pelo Paraná, o projeto é
realizado com o apoio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação
Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo do
Shopping Mueller.
Lançada em 2008, A Cidade
(The City) é a obra mais recente de Martin Crimp, um dos mais importantes
dramaturgos contemporâneos da Europa, o mesmo autor de obras singulares como
Atentados (Attempts on her Life) e Menos Emergências (Fewer Emergencies). A estrutura
da peça responde a The Country, “um huis clos em cinco sequências em que um
casal vê seu equilíbrio sucumbir repentinamente pela presença de uma terceira
personagem”, afirma o autor. O tom geral oscila entre a ironia cruel e a tensão
controlada.
Segundo Crimp, a obra propõe “uma reflexão sobre o nosso mundo de
aparências, repleto de telas midiáticas, seduzido por políticas superficiais,
que perderam toda profundidade, toda noção de engajamento. Eu busquei uma forma
que traduzisse, na própria escritura, esse desdobramento em direção a uma
sociedade superficial. Eu parti da situação banal de um casal com duas
crianças, e depois eu me aprofundei nos interstícios, por detrás das imagens,
para atingir as regiões mais submersas”.
Fonte: Assessoria de comunicação da prefeitura de Ponta Grossa