Foto: Divulgação |
Voos regulares para São Paulo.
Essa era a realidade de Ponta Grossa há vinte anos. Infelizmente, o Aeroporto
Municipal de Ponta Grossa Comandante Antonio Amilton Beraldo, mais conhecido
como Aeroporto Santana, ficou esquecido no tempo. Comecei a trabalhar pela sua
reforma e ampliação quando fui presidente da Associação Comercial, Industrial e
Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), gestão 2010-2012.
Na época, realizamos um estudo de
viabilidade e um levantamento da situação do aeroporto. Ficou claro que existe
demanda em Ponta Grossa por voos comerciais regulares. Para que o Santana volte
à sua antiga forma, é preciso reformar o terminal de passageiros, instalar
iluminação para voos noturnos e ampliar a pista. A partir disso, iniciei a
busca por recursos para concretizar esse sonho. Encontrei muitos parceiros que,
assim como eu, foram incansáveis nessa luta.
Ponta Grossa foi credenciada no
Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal que tem como objetivo
investir na aviação regional. Na primeira etapa, uma equipe de técnicos da analisou
a capacidade do solo para a ampliação da pista. Dentro de 30 dias, o poder
público municipal deve apresentar o projeto de reforma e ampliação para que
seja aberta uma licitação. As obras devem demorar 24 meses e custarão R$ 50
milhões. Os recursos federais irão proporcionar a modernização do terminal de
passageiros e aumentar a pista de 30 para 45 metros de largura.
O Aeroporto Santana é importante para
desafogar o trânsito de passageiros no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São
José dos Pinhais. O local, muitas vezes, é fechado devido às condições
climáticas desfavoráveis e os voos são direcionados para Londrina,
Florianópolis ou Porto Alegre. Se os passageiros pudessem desembarcar em Ponta
Grossa teriam a possibilidade de chegar rapidamente em Curitiba por meio
terrestre.
Outra boa notícia é que as
companhias aéreas TRIP, Azul, Avianca e TAM estão interessadas em operar no
Aeroporto Santana e incluir Ponta Grossa nas suas rotas. A Avianca, por
exemplo, começou a negociar a compra de 50 aeronaves para voos regionais. A
Azul também adquiriu aviões como Airbus A319 e o Boing 737-800 que pertenciam à
TRIP e já conta com tripulação disponível para atuar nas novas rotas.
Tenho muito orgulho de saber que
algumas das ideias que plantamos foram levadas adiante e começam a gerar bons
frutos. Sempre defendi a necessidade de um aeroporto em pleno funcionamento em
Ponta Grossa como forma de contribuir para a geração de empregos e fortalecer a
atração de indústrias. A iniciativa é importante para o desenvolvimento de toda
a região dos Campos Gerais. A gestão da estrutura pode ser feita através de uma
Parceria Público-Privada para que, ao invés de onerar, traga recursos para a
cidade. É com coragem e determinação que vamos conquistar essa importante
benfeitoria para a nossa cidade.
Marcio Pauliki é formado em
administração pela UEPG, especialista em Gestão Empresarial pela FGV com cursos
de extensão em Administração e Marketing pela London University (Inglaterra) e
University of Berkeley (EUA).