Carlos Camargo tem 45 anos e pratica esporte há doze. Rafael Schwab tem 30 anos e compete no atletismo desde os 21. Emanuelli de Fátima, 15 anos, é atleta há dois. Carmem Silva, conhecida como ‘Xuxa’, tem 50 anos de idade e é esportista há mais de vinte.
Todas essas pessoas são para-desportistas da equipe de atletismo da Associação Ponta-grossense de Emancipação para Deficientes (APEDEF). Seis vezes por semana, os atletas treinam arremesso de peso, dardo e disco no campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Ponta Grossa. Agora, os esportistas se preparam para a disputa do Open Caixa Loterias de Atletismo e Natação, que vai ser disputado em São Paulo nos dias 24 à 26 de abril.
Sob o comando do treinador pernambucano Gilberto Freire, a equipe se supera diariamente. “A maior motivação para o meu trabalho é ajudar uma pessoa que a sociedade enxerga como deficiente a ser, sob todos os aspectos, eficiente”, afirma Gilberto.
Gilberto alia a experiência de 26 anos como profissional de educação física ao conhecimento técnico para desenhar cadeiras esportivas específicas para os competidores – dependendo da categoria, os para-atletas podem usar partes do corpo diferentes para arremessar os pesos.
Ele, que coordenou a seleção brasileira de atletismo em três edições dos Jogos Paraolímpicos (Atlanta, 1996; Sidney, 2000; e Atenas, 2004), treina a equipe da APEDEF desde 2013.
Alguns atletas do time tem renome internacional – é o caso de Xuxa, que chegou a quebrar o recorde pan-americano de arremesso de disco em 2004. “Eu vou melhor na competição dos que nos treinos”, relata a esportista. “A adrenalina da disputa faz com que meu desempenho seja maior. Espero aproveitar esse clima para quebrar o recorde novamente”, explica.