Recentemente, tive a honra de participar de um dos fóruns mais importantes do país sobre educação: o VII Congresso Nacional de Formação de Professores e o XVII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores, realizados pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) em Águas de Lindóia/SP.
Neste evento, apresentei o trabalho “Formação de Professores na Era Digital: inovação, competências e saberes para uma prática docente reflexiva”
A sociedade contemporânea é marcada pelas tecnologias digitais
O Estudo de Caso: Laboratório de Aprendizagem Criativa (LAC)
A pesquisa apresentada teve como objeto de estudo uma política pública inovadora: o Laboratório de Aprendizagem Criativa (LAC), implementado na Rede Municipal de Ponta Grossa
O que o LAC propõe?
O LAC visa ampliar a equidade educacional, inclusive foi premiado em 1º lugar no Prêmio Gestor Público Paraná em 2023, articula três pilares centrais
Infraestrutura e Tecnologia: Oferece acesso a ferramentas de pensamento computacional, robótica educacional e cultura maker.
Formação Continuada de Professores: Capacita os docentes para utilizarem essas ferramentas de forma pedagógica, integrando-as ao currículo.
Protagonismo Estudantil: Fomenta a criatividade, a experimentação e o uso crítico das tecnologias, alinhado à BNCC e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
.
O Papel da Cultura Maker
A cultura maker é central nesse processo. Ela é definida não apenas pelo laboratório, mas por um conjunto de valores: criatividade, sustentabilidade, colaboração, compartilhamento e empoderamento
Trata-se de deslocar o foco da mera transmissão de conteúdo para o "aprender fazendo"
A Visão de Leandro Soares Machado
Na minha visão, o que torna o Laboratório de Aprendizagem Criativa uma iniciativa de sucesso é a capacidade de ressignificar o papel do professor. O LAC é a materialização da práxis freiriana na gestão pública: ele convida o docente a refletir sobre sua própria prática, transformando-o de executor de conteúdos em um verdadeiro mediador do conhecimento. Como educador e consultor, vejo que a inovação só é transformadora quando fortalece a autonomia e a capacidade crítica dos sujeitos. É isso que defendemos: uma liderança educacional que usa a tecnologia para emancipar, e não para aprisionar.
O Professor como Profissional Reflexivo
Nossa pesquisa defende a ruptura com esse modelo, abraçando o paradigma do profissional reflexivo
Além das Competências: O Saber da Experiência
Donald Schön: O autor nos ensina a diferenciar a "reflexão-na-ação" (pensar durante a prática) da "reflexão-sobre-a-ação" (análise retrospectiva)
. A formação continuada no LAC estimula ambos os processos. Paulo Freire: A prática docente crítica é um movimento dialético entre o "fazer e o pensar sobre o fazer"
. Não buscamos adaptação, mas a transformação consciente da realidade . O professor aprende ao ensinar, e o aluno ensina ao aprender . Maurice Tardif: O saber docente é "plural"
. Ele é formado por saberes da formação profissional, disciplinares e, crucialmente, saberes experienciais . O LAC funciona porque dialoga e valida esses saberes da experiência, permitindo que os professores articulem e sistematizem o conhecimento que brota da própria prática .
Inovação como Prática de Liderança
A participação no Congresso da UNESP foi uma oportunidade valiosa para trocar experiências e validar os rumos da pesquisa. O estudo sobre o LAC evidencia que é possível criar políticas públicas de inovação que realmente transformam.
Os resultados apontam para impactos positivos na autonomia dos sujeitos e na consolidação de práticas pedagógicas reflexivas
Integra cultura maker e metodologias ativas
. Promove a formação docente continuada
. Reduz as desigualdades digitais e sociais
. Fortalece a autonomia docente e discente na perspectiva freiriana de práxis
.
Como consultor em educação e mentor em administração, defendo que a verdadeira liderança, capacidade de criar ambientes que promovam a autonomia e o desenvolvimento crítico. O futuro da formação de professores não está apenas na tecnologia, mas na nossa capacidade de usá-la para nos tornarmos mais reflexivos e, consequentemente, mais humanos.
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