domingo, 21 de setembro de 2014

Devolvendo o verde ao nosso país

No Dia da Árvore, lembramos por que o plantio 
de mudas é uma importante iniciativa do Rotary

"No Brasil se encontra a maior reserva florestal do mundo. É triste confessar, porém, que a par dessa imensa reserva, quase toda da Floresta Amazônica, perto dos centros populosos e nos Estados de maior densidade de população, não tem feito nosso povo senão devastar a mata, tornando-a cada vez mais escassa e, com isso, empobrecendo os mananciais, facilitando as erosões, esterilizando os terrenos.” Foi o que escreveu o biólogo Cândido de Mello Leitão em um artigo publicado em maio de 1934 na nossa revista. O autor aproveitava para defender o culto às árvores, que para ele precisava começar nas escolas e tinha a mesma importância dos hábitos de higiene e exercícios físicos. Cada festa escolar, declarou, deveria ser comemorada com plantio de uma árvore no próprio estabelecimento de ensino, numa praça ou parque próximos.
As palavras de ecologistas como Cândido de Mello não causaram impacto naquela época, nem depois. Embora ao longo das décadas vozes solitárias continuassem defendendo as nossas matas, elas costumavam ser ouvidas apenas por ocasião do Dia da Árvore – data tradicionalmente comemorada no Brasil em 21 de setembro, quando se inicia a primavera no Hemisfério Sul.
Em janeiro de 1955, Luís Carlos Portilho refletia na Brasil Rotário: “Se houvesse um severo policiamento florestal, se fossem proibidas as queimadas e punidos os ‘queimadores’, se as estradas fossem arborizadas, se além desses, outros meios fossem adotados para estimular o plantio de árvores (...), o Brasil recuperaria a sua vegetação arbórea em curto prazo”. O autor, que era membro do Rotary Club de Belo Horizonte, alertava que o Polígono das Secas expandira-se “das bordas da caatinga do Nordeste” para alcançar o Norte dos Estados de Minas e Rio de Janeiro. Para ele, o antídoto estaria na educação dos brasileiros, que sofriam com a falta de um bom ensino e de campanhas de conscientização, tanto assim que, em sua opinião, não demonstravam “o devido interesse” pelo Dia da Árvore. Luís Carlos notava a triste ironia de que setembro coincidia com o período mais intenso das queimadas.
A partir do final dos anos 1960 a população mundial pareceu acordar para o problema. Um fato emblemático da mudança de mentalidade é a Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972 na capital da Suécia. Com a presença de 113 países, tratou-se do primeiro esforço mundial organizado em defesa da causa ambiental. O Rotary participou com três representantes. Um marco surgido dentro do próprio Rotary foi a presidência de Paulo Viriato Corrêa da Costa no período 1990-91. Este brasileiro fez da causa ambiental uma das ênfases da organização.
De lá para cá, as iniciativas de plantio e reflorestamento se intensificaram e, em muitos casos, se tornaram autossustentáveis – uma preocupação do Rotary e da Fundação Rotária ao apoiar qualquer projeto.
Leia a íntegra da reportagem na Brasil Rotário (digital).

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