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Mais de seis em cada dez (65%)
consumidores brasileiros gostariam que o varejo oferecesse caixas de
autoatendimento para não precisarem esperar em filas - o índice é superior à
média mundial de 52%. O estudo Cisco Customer Experience Report apontou que o consumidor está interessado em experiências de compras mais automatizadas e personalizadas.
O "self-checkout", como é chamado mundialmente, ainda
é recente no país, apesar do desejo dos interessados, que permite ao cliente
realizar sozinho todos os passos de uma compra: pesar o produto, conferir
preço, efetuar pagamento e receber o comprovante.
Dados do Banco Central mostram
que o Brasil apresenta número bastante semelhante de outros tipos de terminais
de autoatendimento (pagamentos de estacionamento, bancos e etc) na comparação
com os Estados Unidos, União Europeia e Japão. O Brasil conta com 9,1 terminais
a cada 10 mil habitantes, enquanto os demais têm índice de 13,8; 9,9 e 10,6,
respectivamente. Contudo, o Brasil está à frente destes países no número bruto
de transações mensais por terminal, que chega a quase 4,3 mil - atrás apenas da
Índia.
Segundo a coordenadora do Núcleo
de Estudos e Laboratório de Varejo da Escola de Comunicação e Negócios da
Universidade Positivo (UP), Fabíola Paes, o "self-checkout" estreia
uma nova era no relacionamento do varejo com o consumidor, fazendo com que ele
deixe de ser um espectador para se tornar protagonista no processo de compra.
"Com o laboratório, podemos auxiliar a disseminar a tecnologia por meio de
aulas, palestras e realização de pesquisas para mensurar a satisfação dos
consumidores", afirma.
De acordo com o superintendente
da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, existe a
possibilidade de que esse tipo de solução se torne mais comum no cotidiano
brasileiro. "É uma tendência que vem animando os supermercadistas a
adotarem essa tecnologia. Aliás, o estado do Paraná foi pioneiro a ganhar esse
serviço", relata. Segundo a Apras, a Rede Muffato iniciou o uso do
autoatendimento ainda em 2012 e já conta com 16 terminais em operação. O
sistema passou por dois anos de testes antes de entrar, efetivamente, em
operação. Estima-se que os autocaixas representem uma redução de tempo no
atendimento em torno de 20%.
Desafios, dificuldades e cultura
Ao mesmo tempo em que é visto
como solução, o autoatendimento exige planejamento por parte dos varejistas. As
principais vantagens são a agilidade, redução no tempo de atendimento e
facilidade. Por outro lado, a falta de segurança no processo, adequação de
itens vendidos a granel no scanner (caso de frutas e legumes) e até mesmo os
custos de implantação e a carga tributária brasileira pesam no planejamento.
Outro ponto a avançar está na
cultura do brasileiro. "É preciso levar em conta, além do custo de implantação,
a diversidade de impostos e avanço tecnológico, a cultura do consumidor,
especialmente na forma de lidar com a possibilidade de pequenos furtos",
diz Rovaris. Para Fabíola, o uso dos autoatendimentos ainda é modesto -
normalmente para pequena quantidade de itens. Na avaliação de Rovaris, a nova
tecnologia, ao contrário do que se pensa, não gera demissões. "Os
funcionários se tornam imprescindíveis para acompanhar as operações, como uma
forma de agilizar o serviço do caixa, especialmente em compras de 15 a 20
itens", diz.
Sobre a Universidade Positivo
A Universidade Positivo (UP)
concentra, na Educação Superior, a experiência educacional de mais de quatro
décadas do Grupo Positivo. A instituição teve origem em 1988 com as Faculdades
Positivo, que, dez anos depois, foram transformadas no Centro Universitário
Positivo (UnicenP). Em 2008, foi autorizada pelo Ministério da Educação a ser
transformada em Universidade. Atualmente, ocupa uma área de 424,8 mil metros
quadrados e oferece 54 cursos de Graduação (30 cursos de Bacharelado e
Licenciatura e 24 Cursos Superiores de Tecnologia), três programas de
Doutorado, quatro programas de Mestrado, centenas de programas de
Especialização e MBA e dezenas de programas de Extensão. Lançou, em 2013, seu
programa de Educação à Distância, com dezenas de polos em todo o país. Segundo
as avaliações do Ministério da Educação, é considerada uma das dez melhores
universidades privadas do Brasil.