Foto: Alunas do curso de Pilotagem do CT Positivo (Luiza Lafuente / Central Press) |
Se
antes o comum era cumprimentar o piloto e a comissária de bordo ao embarcar em
um avião, hoje em dia essa regra já não se aplica. É bem possível que a pessoa
responsável pelo seu voo seja uma mulher e que a tripulação seja composta por
homens e mulheres, em papel de igualdade.
Faz
algum tempo que a mulher vem ocupando cargos tipicamente masculinos, mas na
aviação essa transição foi mais lenta e retrata bem o movimento realizado pelas
mulheres para deixar a ocupação exclusivamente doméstica para explorar outras
opções. Os números da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) comprovam isso:
em 2000 foram emitidas 13 licenças de Piloto Comercial de Avião para mulheres e
em 2012 esse número subiu para 59. No total, incluindo aviões e helicópteros,
as mulheres receberam 711 licenças em 2000 e 10 anos depois, as licenças
femininas praticamente dobraram para 1376.
É
claro que a participação feminina ainda é pequena em comparação ao universo
masculino, mas ninguém duvida que elas vão tomar conta do setor. Na opinião do
coordenador do curso de Pilotagem do Centro Tecnológico Positivo, Fábio Augusto
Jacob, a tendência é que elas assumam o comando, assim como fizeram em outras
tantas áreas. "Há 30 anos, era impensável ver uma mulher dentro da cabine
de pilotagem e a tripulação era composta somente por comissárias de bordo, com
muito charme e glamour. Atualmente, os papeis se inverteram e, tanto homens
como mulheres, estão provando que não existem diferenças que impeçam a
realização das tarefas", comenta Jacob.
Um bom
exemplo é a curitibana Thais Caroline Zuccoli, aluna do curso de Pilotagem. Já
formada em Enfermagem e descontente com a profissão, ela procurou no ar outra
área de interesse. "Comecei o curso de comissária de voo em 2012 e logo me
despertou a vontade de pilotar. Me formo no final do ano e não me imagino
fazendo outra coisa", conta.
Outros
fatores importantes para a presença feminina na aviação foi a própria evolução
das tecnologias empregadas nas cabines, ao mesmo tempo em que a mulher ganhou a
liberdade para trabalhar fora de casa e atuar em posições antes só permitidas
para os homens. Jacob comenta que antes, equipamentos muito pesados e rústicos
podiam até ser considerados impedimentos para a atuação de piloto. "Mas
hoje em dia, com cockpits computadorizados, o foco é na técnica e no
conhecimento do profissional", garante.
Thais
ainda divide os bancos da sala de aula onde 90% dos alunos são do sexo
masculino, mas garante que a mudança está acontecendo - e com excelentes
representantes. "É muito gratificante e surpreendente ver outras mulheres
nas salas de aula, aeroclubes e nos cockpits. Eu e minhas colegas procuramos
desempenhar a profissão da melhor maneira possível para alçar voos cada vez
mais altos, em todos os sentidos", afirma.
Fonte: Central Press