segunda-feira, 9 de maio de 2016

A tocha olímpica, o cadeirante e a ignorância quando o assunto é pessoa com deficiência

Foto: Pedro Veríssimo/Globo Esporte
Um caso chamou atenção semana passada, a do atleta paralímpico João Paulo Nascimento, isso porque durante a condução da tocha, segurada por João, que estava em sua cadeira de rodas que usa para os jogos de basquete, João se desequilibrou ao passar a tocha e caiu, mas para evitar que se machucasse, rapidamente ele se apoiou com sua perna.

Pronto!
Bastou isso para que internautas automaticamente se transformasse em médicos ortopedistas para criticar que até isso no Brasil era uma farsa. Mas meus amigos, vocês não fazem ideia de como pensamentos/prejulgamentos como esse machucam, principalmente a pessoa com deficiência. Para começar, uma pessoa com deficiência não precisa andar obrigatoriamente de cadeira de rodas, aquela plaquinha azul com uma cadeirinha branca é um símbolo, não é preciso ser cadeirante para, por exemplo, ter direito as vagas destinadas as pessoas com deficiência. Agora você imagina você ser uma pessoa com deficiência, ser julgado por alguém e ainda precisar se explicar para que as pessoas não fiquem lhe criticando? Percebem que a pessoa não tem só sua limitação, ela ainda enfrenta o problema de precisar esclarecer porque pessoas mal informadas a julgam de forma errada?
João sofre de Geno Valgo, popularmente chamado de pernas em forma de “X” que dificulta seus movimentos mas ele não precisa de cadeira de rodas para se locomover, ele anda, mas tem suas limitações. A cadeira é dele, ele usa para jogar, assim todos os atletas, estando em cadeiras de rodas, ficam em pé de igualdade independente daqueles que conseguem andar com certa limitação até aqueles que não possuem controle algum sobre o movimento das pernas.
Resumindo, mas uma vez a internet fez alguém sofre pela síndrome do sabe tudo e eu deixo uma dica. Quando você ver alguém parando em uma vaga destinada a portador de necessidades especial, não olhe torto para essa pessoa imaginando que ele não tenha direito de estar lá. Se duvidar, achar esquisito, vá até o carro, perceba se ele tem a credencial (que deve estar em cima do painel) e caso você não veja, ai sim, você pode dizer que ele precisa de credencial para estacionar naquele local.
É isso, abaixo segue vídeo do incidente envolvendo o atleta paralímpico e o desabafo dele no Facebook.
O esclarecimento de João Paulo:
O incidente:
Fonte: xpock.com.br

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