terça-feira, 1 de abril de 2014

Ponta Grossa recebe espetáculo do Grupo Galpão

Foto: Divulgação
O Grupo Galpão, considerado uma das melhores companhias teatrais do país, desembarca em Ponta Grossa para uma apresentação de teatro de rua. O grupo apresenta a peça ‘Os Gigantes da Montanha’ nesta terça-feira (01), ás 19h30,no Parque Ambiental, com entrada gratuita. A realização é do Serviço Social da Indústria (SESI), com o apoio da Fundação Municipal de Cultura.
O espetáculo integra a programação do 23º Festival de Teatro de Curitiba, que acontece entre os dias 25 de março e 06 de abril. Além das peças dentro de teatro, o festival vai ter uma programação inteiramente focada em teatro de rua, o Sesi na Rua, que tem Beto Lanza como curador e possibilita o público assistir espetáculos de companhias que utilizam espaços públicos como palco para suas apresentações. Além das apresentações em Curitiba, o Sesi na Rua leva programação para as cidades de Araucária e Ponta Grossa.
A peça narra a chegada de uma companhia teatral decadente a uma vila mágica, povoada por fantasmas e governada pelo Mago Cotrone. Obra inconclusa, escrita por Luigi Pirandello, em 1936, a fábula é uma alegoria sobre o valor do teatro (e, por extensão, da poesia e da arte) e sua capacidade de comunicação com o mundo moderno, cada vez mais pragmático e empenhado nos afazeres materiais. A 21ª montagem da companhia celebra o retorno da parceria com Gabriel Villela, que assina também a direção de espetáculos marcantes do grupo, como "Romeu e Julieta" (1992) e "A Rua da Amargura" (1994).
Após a montagem de dois espetáculos com textos do Tchékhov e adaptações de contos do autor russo para o cinema, o coletivo balzaquiano se propõe a uma nova ousadia: levar para a rua o verso erudito de Luigi Pirandello. Autor conhecido por seus questionamentos com relação ao fazer teatral e aos elementos da carpintaria cênica, conduzir Pirandello para fora dos limites do palco italiano se traduz em mais um instigante desafio para o Galpão.
Quando morreu vítima de forte pneumonia, em 1936, Pirandello ainda não havia concluído ‘Os Gigantes da Montanha’, que possui apenas dois atos. Em leito de morte, o autor relatou ao filho Stefano um possível final, que aparece indicado como sugestão para o terceiro ato. Para o Galpão, o fascínio de montar essa fábula está em sua incompletude, que lhe atribui característica de obra aberta, possibilitando múltiplas leituras e interpretações.
O texto foi uma escolha do diretor Gabriel Villela para celebrar o reencontro com o Galpão. Eles experimentam a música, ao vivo, tocada e cantada pelos atores, como um elemento fundamental na tradução do universo da fábula para o teatro popular de rua. Para compor o repertório da peça foram selecionadas algumas árias e canções italianas, popular e moderna.
‘Os Gigantes da Montanha’ convida o público para um mergulho teatral que funde e sintetiza o brasileiro com o universal, o erudito com o popular, a tradição com a vanguarda. Um desafio à altura da trajetória de 30 anos de buscas e desafios do Galpão. Toda essa alquimia fica claramente representada nos figurinos e no cenário do espetáculo.
Construído por madeira feita de demolição, o cenário de ‘Os Gigantes da Montanha’ traz 12 mesas robustas, objetos, armários e cadeiras que se movimentam para elevar a encenação e caracterizar a atmosfera de sonho da fábula.  Coloridos e brilhantes, concebidos especialmente para apresentações à noite, os adereços e figurinos do espetáculo carregam detalhes e referências do teatro popular, que surgem das ideias inventivas de Villela e das mãos criativas de seu parceiro antigo, José Rosa. Os bordados da costureira Giovanna Vilela realçam e dão toque especial ao acabamento das peças. Tecidos trazidos da Ásia, do Peru e de outros cantos do Brasil, pelo diretor, adornam as roupas. Velhas sombrinhas bordadas de ‘Romeu e Julieta’ reaparecem e ganham nova função em ‘Os Gigantes da Montanha’, com efeitos que tornam a Vila de Cotrone, fantasmagórica e cheia de encantamentos. Gabriel e sua equipe também se utilizam de máscaras inspiradas na Commedia Del’Arte e fabricadas pelo artista natalense Shicó do Mamulengo, para trazer à encenação um aspecto burlesco e, ao mesmo tempo, sombrio.

Fonte: Assessoria de comunicação da prefeitura de Ponta Grossa

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