Campanha educativa da Sanepar alerta para o uso correto da rede coletora |
A Companhia de Saneamento do Paraná
(Sanepar) está orientando a população sobre o uso correto do sistema de esgoto.
As dicas, divulgadas em rádios de todo Estado, chamam a atenção das pessoas
para que não joguem lixo no vaso sanitário, não direcionem água de chuva para a
rede de esgoto e para que não descartem o óleo de cozinha nos ralos da pia ou
do tanque.
O objetivo da campanha educativa é
informar que o mau uso do sistema de esgoto causa prejuízos aos próprios
moradores, pois o problema começa dentro de casa. “As tubulações de esgoto de
casas e prédios têm, no máximo, 10 centímetros de diâmetro. Se o morador
descarta lixo no vaso sanitário como papel higiênico, fraldas, cabelo,
preservativo ou absorvente, o encanamento pode entupir. O serviço para consertar
a tubulação é caro e o prejuízo é certo”, alerta o gerente da Sanepar em
Curitiba e Região Metropolitana, Celso Thomaz.
Mas não são apenas os resíduos sólidos
que vão parar nas redes de esgoto. Água de chuva e óleo de cozinha são outros
grandes causadores de problemas. Segundo o professor do departamento de
hidráulica e saneamento da Universidade Federal do Paraná, Miguel Aisse Mansur,
o sistema de esgoto implantado no Brasil, e em outros países como Estados
Unidos, é dimensionado para que somente as águas utilizadas na pia, no tanque,
no ralo do banheiro e no vaso sanitário sejam recebidas pelo sistema de esgoto.
“No Brasil não é permitido misturar a
água de chuva com o esgoto doméstico. Cada uma dessas águas residuárias tem sua
própria rede, ou seja, a galeria pluvial ou a rede coletora. Se destinarmos
água de chuva para a rede coletora, prejudicamos a operação. Se ligarmos a rede
de esgoto de nossas casas na galeria pluvial, cometemos crime ambiental”,
alerta Mansur.
O engenheiro Murilo Bertolino explica
que a galeria pluvial é de responsabilidade da Prefeitura. Normalmente são
tubos de maior porte, em cimento, com no mínimo 40 centímetros de diâmetro, e
as tubulações de esgoto, na rua, têm 15 centímetros. A rede coletora é
instalada e operada pela Sanepar e não é feita para receber água de chuva. “No
entanto, quando chove, devido a ligações irregulares, o volume que chega a rede
coletora pode ser até três vezes maior do que a capacidade. Por isso há
extravasamento, a rede não dá conta”, enfatiza ele.
Somente em Curitiba, existem cerca de
13.300 residências que ligaram inadequadamente a água da chuva ao sistema de
esgoto. Esse número foi identificado nas vistorias realizadas em 438.501
residências. Os problemas causados por estes imóveis, além do extravasamento de
esgoto pelos poços de visitas (tampões redondos que são instalados pela Sanepar
nas ruas e calçadas), é o refluxo de esgoto para dentro das casas. Os donos das
13.300 já foram orientados sobre as providências que devem tomar e podem ser
multados.
O último e não menos importante vilão,
é o óleo de cozinha. Junto com outros materiais como panos, plásticos e
cabelos, formam uma crosta que entope a tubulação. Por isso, o óleo deve ser
separado e destinado para instituições ou pessoas que o utilizem como
matéria-prima para fazer sabão e detergente. Cada imóvel também deve ter sua
caixa de gordura, que precisa de manutenção e limpeza periódicas para evitar
transtornos.
EDUCAÇÃO - “Quando recebemos a chave de
uma casa, vamos ver onde está a caixa de energia e o registro de água. Ninguém
se interessa em saber para onde vai o esgoto. Devíamos mudar isso. O esgoto é
tão importante quanto os outros serviços. O principal desafio é avançar na
educação, na consciência ambiental que passa por nos preocuparmos para onde vão
todos os resíduos que geramos”, destaca o professor Mansur.
Fonte: Assessoria de Comunicação da
Sanepar