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Uma das minhas maiores
satisfações é conversar com as pessoas. Gosto de conhecer como elas vivem, o
que pensam sobre os mais variados assuntos e quais as dificuldades enfrentam no
seu dia a dia. Foi com isso em mente que criei a Caravana 12. Nos últimos dias
percorri Wenceslau Braz, Siqueira Campos e Jaguariaíva no Norte Pioneiro;
Imbaú, Reserva, Arapoti e Piraí do Sul nos Campos Gerais. Discuti com a
população saúde, segurança e geração de emprego.
Acredito
que os municípios precisam de autonomia e independência. Isso significa que os
impostos gerados por uma cidade precisam ser utilizados prioritariamente para
beneficiar a sua população. Recentemente, Tribunal de Contas do Estado do
Paraná (TCE-PR) divulgou a estimativa de arrecadação do Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) prevista para 2014 no estado. Ponta
Grossa é o sexto município com maior arrecadação, ultrapassando a marca dos R$
126 milhões. A estimativa de recolhimento em Telêmaco Borba é de R$ 48,4
milhões, R$ 45 milhões em Castro e R$ 44,7 milhões em Campo Largo. Os números
são expressivos, mas apenas uma pequena parcela desses recursos retorna para o
município.
Defendo que os
cidadãos de pequenas e médias cidades encontrem no próprio município os cuidados
que necessitam com a saúde básica, educação de qualidade, condições de moradia,
boas oportunidades de emprego e opções de lazer. Acredito que as pessoas não
devem precisar se deslocar para os grandes centros em busca de atendimento
médico ou crescimento profissional, por exemplo.
É preciso que
o poder público olhe com mais carinho para essas cidades. Atualmente, as
capitais estão perdendo força para o interior. Pesquisa realizada pelo
instituto IPC Marketing mostra que, em 1991 o potencial de consumo das capitais
representava 46% do total nacional. Neste ano, o interior detém 68% do
potencial do consumo de todo o Brasil. Indústrias estão procurando pequenas e
médias cidades para empreender. A falta de espaço e o alto custo inviabilizam
investimentos nas capitais e isso acaba gerando mais emprego e renda no
interior.
A região dos
Campos Gerais, por exemplo, dobrou seu potencial de consumo no meio urbano nos
últimos cinco anos. O índice passou de R$ 7,8 bilhões em 2009 para R$ 15
bilhões em 2014. No estudo da IPC Marketing, Ponta Grossa ocupa a 4º posição do
ranking estadual e o potencial de consumo do município em 2014 é de R$ 6,4
bilhões. O índice ultrapassa a marca de R$ 1,2 bilhão em Telêmaco Borba e o
consumo em Castro chegará a R$ 1 bilhão neste ano. O mesmo vem acontecendo no
Norte Pioneiro, no Oeste e demais regiões do Paraná.
Cabe ao poder
público de cada município aproveitar essa boa fase e transformar esses números
em benefícios reais para a população. A atração de grandes indústrias e
multinacionais é importante, mas não podemos deixar de incentivar a atuação dos
pequenos empresários. O comércio local gera grande parte das vagas de trabalho
e movimenta a economia da cidade.
A
força de uma cidade é reflexo da região onde ela está instalada. Só existe município
próspero se a região onde ela está instalada também for desenvolvida. As
cidades têm a obrigação de contribuir para o sucesso do seu entorno e juntas
podem fazer muito mais pela população. O Paraná tem um potencial incrível que
precisa ser explorado com a autonomia e a independência de todos os municípios.
Acredito que é
olhando para as cidades do interior e para os microempreendedores que vamos
descobrir todo o potencial do nosso país. Com determinação, planejamento
estratégico e transparência podemos transformar o Paraná em exemplo de
desenvolvimento e empreendedorismo.
Marcio Pauliki é formado em
administração pela UEPG, especialista em Gestão Empresarial pela FGV com cursos
de extensão em Administração e Marketing pela London University (Inglaterra) e
University of Berkeley (EUA).