A ministra da Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, afirmou ontem quinta-feira (21)
que a mortalidade dos jovens negros demonstra o racismo existente no Brasil.
Segundo ela, uma média de cinco jovens negros são assassinados a cada duas
horas. Gomes participou de audiência pública promovida pela Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros.
De acordo com a ministra, as denúncias
históricas que os movimentos negros fizeram de combate ao racismo, hoje, podem
ser comprovadas pelos números. Ela informou que, em 2012, das 56 mil pessoas
que morreram vítimas de violência no Brasil, 67,9% eram negras. “A violência é
um assunto complexo, multicausal e demanda esforços coletivos e articulados
para sua superação”, disse.
Maioridade penal
A ministra criticou a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. “A
gente já sabe quem vai ser atingido com essa proposta”, disse, reforçando que
há muitas causas para a violência.
Plano nacional
O presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes
(PT-MG), afirmou que um dos objetivos da comissão é apresentar um Plano Nacional
de Enfrentamento a Homicídios e Violações de Direitos de Jovens Negros e
Pobres, estabelecendo programas, ações e metas que possam ser acompanhadas de
dez em dez anos e fiscalizadas pela sociedade civil.
“Temos que construir um pacto contra a violência.
Sabemos que as vítimas da violência têm cor, idade e gênero: são negros, jovens
e homens”, explicou.